sábado, 14 de maio de 2011

A outra.

- Eu vou mudar.
- Não sei se devo acreditar em você.
- Acredita, eu te amo, vou te provar isso e vai ficar tudo bem.
- Eu também te amo.
E assim a chance foi dada, mais uma vez. Outra vez. E não é que ele fez diferente? Todos diziam que ele havia mudado, que ele estava diferente e que agora sim valia a pena acreditar. E ela acreditou até o dia da ligação.
O casamento foi lindo. Eram os lírios mais lindos que a noiva e os convidados já viram em todos os tempos. Ele chorou ao recebê-la no altar das mãos de seu pai. O padre os abençoou e juntos fizeram a comunhão. E assim, em comunhão permaneceram por longos anos. Dois filhos, várias viagens, compromissos sociais e confiança. As vezes ela tinha sonhos ruins mas quando acordava chorando ele a abraçava e dizia que ficaria tudo assim como ele fez por várias vezes quando ela se sentia insegura durante o namoro. O perdão dado na hora certa semeou um casamento perfeito.
- Quem era ao telefone?
- Não sei. Quando atendi desligaram na minha cara.
Três semanas de ligações no meio da noite onde o telefone que ficava do lado que ele dormia tocava insistentemente, até que um dia a ligação aconteceu no meio da tarde e ela por ironia do destino estava em casa e atendeu.
- Como assim ele tem outra mulher há mais de 10 anos?
Quando ele chegou em casa do trabalho suas malas estavam arrumadas sob o sofá da sala que havia sido escolhido com tanto carinho por ambos quando resolveram comprar seus móveis e se casar, há pouco mais dos 10 anos que ele permaneceu com outra mulher.
- Eu te amo. Eu vou mudar. Vai ficar tudo bem. Ele sussurrou essas palavras ao ouvido dela enquanto lágrimas lavavam seu rosto.
- Eu também te amo mas não amo o perdão que te dei.
E por aquela porta foram embora com ele os sonhos de uma vida inteira.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A Grande Decepção.

Dizem que quando alguém quebra um espelho, essa pessoa tem 7 anos de azar. E quando se quebra a confiança?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Calada ela ouviu todos os insultos e palavras duras que lhe foram dirigidos, engoliu em seco, não revidou. E todos os dias as mesmas coisas se repetiam. Agiu com amor e paciência. Se calou mais uma vez. As chuvas de pedras mais frias que granizo caiam em sua cabeça e machucavam seu corpo diariamente. Ela queria entender. Ela queria fazer aquilo parar. Vinham alguns minutos, diálogos, dias de paz, até que o normal voltava a acontecer. Aí então ela entrava em um ciclo vicioso e dolorido que se repetia por anos a fio. Quando era bom consolava mas quando era ruim desgraçava e abria novamente a ferida que continuava sangrando e amando, desmedidamente.

sábado, 9 de abril de 2011

Se os nosso pés estivessem se encontrando por baixo do lençol tudo seria mais fácil.

sábado, 2 de abril de 2011

Sempre mais de mim.

" Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem de madrugada, quero flores, quero doces, quero músicas, ventos, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber. Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou... E continuo indo, assim desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. E vou dando muito de mim e aceitando o pouquinho que os outros tem pra me dar."

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Voltando.

Deixei esse canto abandonado por quase um ano. Se bem que um canto de mim foi abandonado também, e preciso dele de volta, então começo por aqui. De novo.
Não preciso ser lida, nem comentada, mas se eu for simplismente entendida, minhas palavras já farão toda a diferença.
Voltando. De novo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

E tudo que eu queria era me perder na dor de uma tatuagem só pra poder chorar sem vergonha da intensidade da minha dor.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dom.

Foi dito a mim, por uma amiga querida que eu tenho um dom. Não creditei nela de começo, mas hoje quando a necessidade de escrever veio, diga-se de passagem, depois de meses, tive a certeza que esse tal dom me possui, ou eu o possuo(não sei ao certo). Não o dom de escrever, mas o dom de fazer das palavras os meus sentimentos. Posso contar meus leitores nos dedos de uma só mão, mas isso não me aflige, pois o tal de dom vem de dentro e volta pra dentro, e eu me sinto feliz assim, dançando entre as letras do alfabeto.

domingo, 27 de dezembro de 2009

"Ainda assim, naquele instante, eu me senti bem. Inteira. Pude sentir de novo meu coração batendo rápido no peito, o sangue pulsando por minhas veias de novo. Era como se nunca tivesse um buraco em meu peito. Eu estava perfeita - não curada, mas como se nunca tivesse havido ferida." (De Lua Nova)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eu preciso andar.

Fui eu mesma quem quebrou os copos, e fui eu quem desistiu das sandálias. Só que agora eu preciso andar e não sei mais como fazer isso.
É como se eu tivesse desaprendido os passos básicos da vida e estivesse como uma criança pedindo pra que braços seguros me amparem.