segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Ele se foi...
Ele tinha apenas 18 anos recém completados, um sorriso lindo e uma voz que dizia "prima" de uma forma que sempre me encantou... Mas hoje, só hoje eu me dei conta de que eu nunca disse isso a ele. Eu falava que o sorriso dele era lindo, que ele era grandão e que sabia abraçar uma mulher, falava que ele era cheiroso, mas dizer a ele o que mais me marcava eu nunca disse. E ele se foi, se foi de uma forma tão traumática e tão dolorida que me faltam palavras pra mensurar isso. Um tiro, muito sangue, uma dor, talvez arrependimento, talvez libertação, mas a certeza da saudade, uma saudade dolorida principalmente por não entender o que se passava na cabeça dele quando ele decidiu apertar o gatilho.
A maioria das coisas que acontecem na vida da gente o 'porque' nos fica oculto, e algumas vezes nós nunca entendemos o fato ocorrido e esse fato é um deles.
Por que será que as pessoas nos são tiradas? Por que será que os sorrisos que queremos ver todos os dias são levados pra longe de nós? Por que será que o calor dos abraços sentidos e amados se tornam frios dentro da madeira de um caixão?
Essas respostas podem não ser encontradas, e enquanto isso eu fico com a saudade que a falta me preporciona e com a muita vontade de obter a paciência de um monge.
"O homem caminha nu
Ao lado da sua solidão
Os anos nunca provarão
Se ele estava errado
Mas também caminharão
A seu lado
Os sonhos de um homem
Que caminha nu
Com sua solidão
A noite a espera,
O sonho,
Os anos,
Passando
Eles e a sua passagem"(Carlos Stein)
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